quarta-feira, 8 de março de 2006

Estou a ouvir música demasiado antiga

Ouvi dizer, alguém, algures, que o cheiro é o sentido que mais activa a memória.
(As minhas fontes são uma miséria.)
Isto a propósito de nada mas a memória por acaso é uma coisa engraçada. Não está só nos cheiros, muito pelo contrário. Está em tudo.
Por exemplo, agora estou aqui, ao inicio do anoitecer a ouvir uma música depois de uma banhoca. Ora não consigo parar de pensar em docinhos e beijinhos.
O grande problema da memória é a comparação. Do que tivemos, do que sentimos, do que vivemos. Fora isso a memória dá bué jeito.

No outro dia a Oprah levou um casal de recém-casados ao programa para partilharem a história, como sempre, bizarra.
Depois do casamento, o noivo, que estava no aeroporto para ir de lua-de-mel, foi dar uma volta e ficou com amnésia. Não se lembrava de nada, nem da mulher.
Foi do stress disseram os médicos.
Depois de um ano a experimentar tudo pela primeira vez, sem que cheiro nenhum lhe valesse, levantou-se de manhã e lembrou-se que amava a mulher.

Se algum dia tiver amnésia ponham música a tocar e dancem de maneira parva.

domingo, 5 de março de 2006

O reencontro

Estava a andar sobre a ponte da cidade onde vivo e vi o meu amigo.
Dissemos olá
E sem saber para onde ir, fiquei á espera.

É verdade que as relações mudam
Mas não deixo de achar estranho a maneira como o tempo muda um homem.
E enquanto me preparo para aceitar, todas as pessoas dão concelhos e falam e sabem..
E há pessoas que dizem que se conseguires vencer na vida
que consegues viver além do arco-íris.

Mas todas as pessoas que andam por ai, que saem dos autocarros ou que andam pelas ruas, todas têm o mesmo desejo.
Todos precisamos de um sítio para onde ir, para nos sentirmos além do arco-íris.

Ás vezes esquecemos aquilo que temos,
aquilo que somos, e o que não somos.
E ás vezes esquecemos que todos temos uma hipotese de fazer as coisas bem.

Estou apaixonada por um rapaz que está apaixonado pelo mundo,
e apesar de não poder ajuda-lo a não ser segui-lo
apesar disso, sei que um dia ele tem de ir para viver além do arco-íris.

Mas ás vezes esquecemos aquilo que somos
quem são os outros e quem não são.
E que há tão mais no amor que o preto e branco
E que todos procuramos ir além do arco-íris.

Esta é a minha versão do arco-íris do Lee.