segunda-feira, 3 de outubro de 2005

Fica ou deita fora

As arrumações podem ser uma experiência reveladora. Geralmente as minhas revelam imediatamente que não faço arrumações com a frequência necessária.
A experiência resulta quase sempre em hilariantes reencontros com o passado. Refiro-me especialmente às dedicatórias que os colegas de escola deixavam nos estojos e nas pastas que ainda andam pelas minhas gavetas. "És uma miuda muita fixe, porreira e doida..." ou então "Para uma hiper-amiga super divertida...". Jasus, a galhofa da linguagem pra' frentex é inevitável. Mas adiante...
Nesta última arrumação já sairam das minhas gavetas e afins quase 5 quilos de, enfim, toda uma panoplia de inutilidades guardadas ano após ano. Sempre na convicção de que um dia se vão tornar raridades valiosas. Entre as maravilhas encontradas conto, três pins enferrujados do Curro (mascote da expo'92), um pequeno livro sobre sexualidade para levar no bolso e alguns bilhetes de cinema cujo nome do filme era impossivel ler. A sensação que tenho depois de, como diria um amigo meu, arrumar o quarto e organizar umas cenas, é a de estar a mandar fora peso do barco para que o barco não vá ao fundo e continue a flutuar.