quarta-feira, 19 de maio de 2004

O Que as Mulheres Querem dos Homens por AdamastoR

Da minha parte, apercebo-me que um homem deve ser, antes de mais, espirituoso. Cativar o sorriso, a boa disposição é o primeiro passo para obter a simpatia e a atenção delas. No entanto, esse bom humor não deve ser desconexo ou exacerbado. O mais pequeno disparate e passas de divertido a idiota.

Depois, devemos ser cavalheiros. Elas podem falar em emancipação, mas chegam a esperar uma eternidade de três segundos que lhes abramos a porta do carro. Mas não podemos ser machões. Uma coisa é pagar a conta, outra coisa é dar-lhe uma palmada no rabo (em público) e ignorar a sua opinião. A boçalidade é inadmissível. É um jogo de equilíbrios periclitantes: o homem deve dar a mão sem vergonha, mas nunca pode mostrar carência ou demonstrar possessão. Ele deve ajudar em casa (a minha especialidade é lavar a loiça partindo pouca coisa), deve cozinhar de vez em quando (nem que seja bifes de canela e esparguete al dente), mas ser sempre ele a solucionar questões técnicas e tecnológicas inexplicáveis e indecifráveis como mudar um fusível, trocar uma lâmpada ou gravar um CD.

No fundo, o homem deve ser o meio termo entre um intelectual e um animal irracional (esta é muito complicada, podes ler o Record no ginásio, mas deves ter sempre pronta uma citação de Heidegger). Há que saber explicar os filmes sem sobranceria, interpretar um poema estranho sem vaidade ou corrigir um erro gramatical com um leve sorriso, nunca uma gargalhada. Ao mesmo tempo, aceitar teorias, opiniões, ceder numa discussão, dar o braço a torcer.

O homem tem que ser cosmopolita e independente, mas altruísta e atencioso. Devemos ter dinheiro, muito de preferência, e não nos importarmos nada se ela tiver mais que nós. Se isso não acontecer devemos estar abertos a sustentá-la, de forma discreta, sem lhe controlar os gastos explicitamente. É absolutamente necessário lembrarmos datas que ela considere importantes (chegam a ser mais de vinte, usa o organizer do telemóvel e põe alarm on). Nesses dias, o ramo de flores e o jantar romântico continuam a bater tudo aos pontos.

A parte física é cada vez mais importante. A elegância começa a ser obrigatória. A história do "calo sexual" da "boa varanda para uma boa casa", já não justifica uma barriga flácida e saliente. Devemos estar em boa forma, mas não podemos exagerar. Muito músculo é como usar perfume em vez de after-shave: o paneleirismo está presente!! Devemos ser fortes, para carregar sacos, afugentar melgas, mas temos que ser meigos e apaziguadores.

No convívio com os outros, devemos comportar-nos, ser cívicos, mas impor-nos, destacar-nos. As amigas nunca podem dizer de nós "ele é um pouco mole, não é!?". Deves privar-te de olhar directamente para o peito das outras mulheres, mas deves manter-te atento, observador, frontal. Nunca deves ser um dado adquirido. Isto é o mais importante: deves ser apaixonado, declarar o teu amor sem pejo, mas permaneceres misterioso, dono de ti mesmo. Um misto de simplicidade e complexidade, com naturalidade.

Não sendo uma tese cem por cento comprovada, nem totalmente explicitada, posso dizer-lhe que tem resultado comigo. Se cada caso é um caso, e cada cabeça, seu espeto de pau, fica a seu critério questioná-la e adaptá-la a seu bel-prazer... e ao prazer dela, claro.


post de 14.08.2003

colado por Consuelo

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Se me permitirem, ddeixem-me contextualizar. Esse texto é uma espécie de resposta a um post de um blog infelizmente extinto - o Polaróides do Tempo Suspenso.
Daí essa ordem de ideias. Os comentários surgidos foram interessantes e nem todos notaram a ironia do texto.
Lá pelo meio, diz muito daquilo que sou, mas esconde também os segredos maiores.
AdamastoR

3:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Isto vai-me dar mto jeito, á pois vai.
Assinado: Mr. King

11:42 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Para o AdamastoR:

Na altura em que li o post, reparei nas (muitas) respostas a que deu origem. Também reparei no sentido de humor do texto e foi, em parte, por isso que decidi colá-lo aqui. Diverti-me muito a lê-lo! E, como se lê no fim do texto, não é possível generalizar...mas há lá umas coisitas...que sim senhor! :)

Consuelo

5:28 da tarde  

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