O outro amor
- É verdade que sabes ler compadre?
- Alguma coisa.
- E que é que estás a ler?
- Um romance. Mas cala-te. Se falas, a chama mexe-se e mexem-se as letras.
O outro afastou-se para não estorvar, mas era tal a atenção que o velho prestava ao livro que não suportou ficar-se á margem.
- De que é que trata?
- Do amor.
Perante a resposta do velho, o outro aproximou-se com renovado interesse.
-Não me lixes. Com fêmeas, das que fervem?
O velho fechou o livro num repente fazendo tremer a chama do candeeiro.
- Não. Trata-se do outro amor. Do que dói.
Luis Sepúlveda, O Velho que lia Romances de Amor
Pepita
- É verdade que sabes ler compadre?
- Alguma coisa.
- E que é que estás a ler?
- Um romance. Mas cala-te. Se falas, a chama mexe-se e mexem-se as letras.
O outro afastou-se para não estorvar, mas era tal a atenção que o velho prestava ao livro que não suportou ficar-se á margem.
- De que é que trata?
- Do amor.
Perante a resposta do velho, o outro aproximou-se com renovado interesse.
-Não me lixes. Com fêmeas, das que fervem?
O velho fechou o livro num repente fazendo tremer a chama do candeeiro.
- Não. Trata-se do outro amor. Do que dói.
Luis Sepúlveda, O Velho que lia Romances de Amor
Pepita
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