quinta-feira, 11 de dezembro de 2003

O meu piano, e outras coisas

Comecei, aos poucos, a fazer aquelas coisas que tinha deixado de fazer, sabe-se lá bem porquê. Não consigo explicar esta rejeição quase física a coisas normais que antes me faziam bem.
Incrivelmente, apenas á muito pouco tempo comecei a ler e a escrever de novo. A ler livros e a escrever como dantes no papel, entenda-se. Escrever é um confronto tal que ainda não sei se será uma boa terapia, como era antigamente.
De resto, continua tudo complicado. Voltar á rotina habitual é aceita-la, e eu continuo sem saber, mais do que querer, se consigo aceita-la.
O único elemento (acho) que continua negligenciado é o piano. Gosto dele, caramba. Só o facto de ele estar lá na minha sala, mesmo sem ser tocado, me faz gostar dele. Como tudo aliás. Basta ter o seu espaço e já não sai do espaço que eu lhe dei.
Se calhar tocaria mais se eu conseguisse relativizar, como já me aconselhou um amigo (sim, não me esqueci das tuas palavras).
É engraçado que ontem li exactamente a resposta para esse aconselhado “let go”:
"Asseguro-vos que a importancia que tinha era nada mais nada menos do que aquela que eu sentia. A vulnerabilidade e resistência de cada um varia. Uns são mais resistentes ao frio que outros.” E eu admito, sou muito friorenta.

Pepita