domingo, 19 de outubro de 2003

Post para Pepita: Estive agora a ver o programa Estes Difíceis Amores e lembrei-me do teu último post ao ouvir as palavras de Júlio Machado Vaz e Gabriela Moita: as perdas não são, de facto curadas pelo tempo, mas são saradas! O tempo ajuda a retomarmos o caminho que achávamos perdido e neste processo, com sorte ou não, inclui-se o encontro com outra ou outras pessoas. A perda é sarada porque a dor da recordação não passará, muitas vezes, na sua totalidade, mas é possível fazer a passagem do nunca mais (que será possivelmente a expressão mais dolorosa da perda, do fim) para o que sempre foi: o eu vivi, ouvi, disse...as recordações que ainda que tragam saudades existem apenas no momento em que aconteceram, sem qualquer pretensão de se instalarem no que vivo, ouço, digo...

Consuelo