quinta-feira, 2 de outubro de 2003

Chicken's Game. Contrariando as expectativas, más, a propósito da escolha de economia pública como cadeira optativa, tenho gostado muito das aulas e, para minha surpresa, tenho percebido boa parte delas! Pensei nisto e concluí que a única explicação para este fenómeno é a aplicação prática e o paralelismo que facilmente se descobre entre as teorias económicas e de jogo e o que acontece na vida.

Chicken's Game é um exemplo disto: dois indivíduos avaliam o benefício de financiar a produção de um bem. Ora tratando-se de uma produção que envolve apenas dois investidores, as opções que existem para este caso são: ou financiam os dois em partes iguais, ou um suporta os custos totais sozinho e o outro será o chamado free rider, o que apanha a boleia! Quando cada um avalia, individualmente, o que será mais vantajoso para si, concluem, provavelmente, que será melhor contribuir no sentido de obter algum benefício (desde que o valor não seja negativo)! O mais interessante neste jogo, que aqui está apresentado de forma muito simplista e superficial, é que as decisões individuais tendem a ter o único objectivo de gerar o bem estar do indivíduo que as toma; decisões estas que, avaliadas da perspectiva da colectividade e do que é mais proveitoso para todos, não são as mais eficientes! Transportando isto para o conjunto de decisões que tomamos diariamente, não podemos deixar de pensar que as nossas escolhas são, muitas vezes, ou arbitrárias, no sentido de não haver um critério implícito na escolha ou condicionantes exteriores, ou simples caprichos! Sem ter nada contra os caprichos (ainda bem que os temos!) ou contra decisões arbitrárias, é no entanto de notar que, provavelmente, não somos, ou somos pouco, motivados pelo bem-estar geral, por aquilo que será melhor para a colectividade! A verdade é que andamos todos a jogar o jogo da galinha e ninguém sabe o que o outro vai considerar ser a escolha acertada; é por isso que nos desencontramos nas considerações do que é bom ou mau, ou melhor, é, também, por isso, que nos desencontramos e ponto final!

Consuelo