sábado, 27 de setembro de 2003

Os Amigos da Gaspar e a nostalgia da infancia. Há cerca de 3 semanas descobri um cd delicioso! Entre os cds que se amontoavam na sala ainda a espera que uma mão atenta os reordenasse encontrei a banda sonora d'Os Amigos do Gaspar, do Sérgio Godinho! Não resisto a copiar para o nosso blog a letra da música É Tão Bom que aproveito para dedicar as minhas companheiras de blog, já que os nossos encontros são tão raros ultimamente e a amizade é daquelas escolhas que se fazem para serem reafirmadas repetidamente!

Vale a pena ver
castelos no mar alto
Vale a pena dar o salto
pra dentro do barco
rumo á maravilha
e pé ante pé desembarcar na ilha
Pássaros com cores que nunca vi
que o arco-íris queria para si
eu vi
o que quis ver afinal

É tão bom uma amizade assim
Ai, faz tão bem saber com quem contar
Eu quero ir ver quem me quer assim
É bom para mim e é bom pra quem tão bem me quer

Vale a pena ver
o mundo aqui do alto
vale a pena dar o salto
Daqui ve-se tudo
ás mil maravilhas
na terra as montanhas e no mar as ilhas
Queremos ir a lua mas voltar
convém dar a curva
sem se derrapar
na avenida do luar.


Ainda esta semana, numa aula de Direito Administrativo, ouvi do professor que a responsabilidade pelas escolhas feitas só pode ser exigida a quem tem liberdade, a quem decide livremente. Ora, excluídos estão os psicologicamente incapacitados e as crianças. As crianças não podem responder pelas suas escolhas e atitudes porque não tem uma visão clara da verdade, dizia o meu professor. Neste sentido, não são livres, não agem de acordo com uma distinção racional do que é real ou falso, do que é bom ou mau!
No meu reencontro com Os Amigos do Gaspar, senti falta das manhãs de sábado e domingo em que acordava ás 7h e ficava sentada no sofá a espera que a RTP desse início a emissão; senti falta de não ter de ponderar nada porque não era essa a minha função, não era isso que me era exigido e, livre ou não, á minha verdade só lhe faltava mesmo a consciencia que assim é que era bom e que, realmente, existia um estado contrário - e inevitável - áquele meu de menina de 5 anos, o da responsabilidade!


Consuelo